domingo, 3 de julho de 2011

palco


abre a cortina.

(olha e teima em não parar de olhar
molha e queima a pele, a roupa, a cama e
ama, ar, dor, que troca
de roupa de cama
revira um o outro travesseiro).

o pouso macio e fundo
dos cabelos amor tecendo
a cabeça cheia, cabeça boa
os olhos rindo postos no teto.

e o seu aberto, o seu aberto
o chão pareado de seus sapatos
meias meias,
e me retrata, e me retrata.

a boca toca no vão das patas
a língua é franca, e arranca a língua
um som acima do seu pescoço
é só o começo, é só o começo.

um palo seco de fonte úmida
enche a penumbra
de seio a seio
e é só o meio, é só meio.

a boca busca o falatório
e puxa o fluxo de extintas gentes
e em fim acalma,
a enfim a calma.

dali pra frente a noite sente
que o dia chega e o aconchego
é o que o ator doa ao palco manso
da atriz desperta de lado ao lado.

e o show prossegue
no dia certo que a data é longa
o tempo é curto
o mês é júlio e a fruta é fresca.

não vou fechar a cortina. o público pode sair, se quiser.
nem se esgotaram os ingressos.

no alvorecer de um dia outro
bate à porta do meu teatro
és personagem de outra autoria
deixo-te solta, deito-me tua.


.

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