quarta-feira, 30 de maio de 2012

renatinha



ela tem olhos doces de amêndoa
e na boca um teor de avelã
vez que indaga um sorriso castanho
suas vozes, nozes de outonar
ela vem, ela vem, com as sementes
de outrora, e são hoje e as manhãs
ela planta, ela dança, ela casca
que envolve entre cada de nós
ela vem, ela vem, como fada
de um destino que então será ser
ela veste um vestido de baile
que entredança o desnudo prazer
ela canta com as vozes da gente
recortando o olvido em tocar
ela vem, ela vem, só de verde
ela vem, ela vem, só por ver-te
ela pinta o meu mundo de preto
pro presente no escuro escutar
ela chega cambiando a tristeza
em tristeza que o amor sente em paz
ela torna o que é tarde na vida
em tornados de claro e de luz
ela acende em meu peito a procura
ela muda o meu jeito de achar
ela é fogo, ela é terra, ela é gente
eu preciso aprender a morrer
ela brota da casca macia
ela é dura, e ela dura, e ela é o ar

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terça-feira, 29 de maio de 2012

renata

quando enfim eu pensava
que eu ia enfim respirar
quando me eu já emergia
do eu mesmo me encaixotar
o mar me engolfa outra vez
e eu paro
de ver o mar
que o mar engolido
já não é mar
nem terá sido
é sal espessando em minha boca
e um gosto de areia e cascalho
não é onda batendo na praia
é o gosto azedo no nada
perdi o olho comprido
que sobre o mar vê a terra
perdi a vista desbasta
que se quer ver tudo enxerga
o barco que vai ao longe
só vai ao longe
só vai ao longe
só vai ao longe


.

domingo, 20 de maio de 2012

Mecanismo explicativo de um fenômeno amante


ouvir, escutar, entrar dentro a cabeça no amor
deixar morrer o ardor entre as pragas do entardecer
uivar, gemer, de dor, quando a lua nem quer nascer
nem toda paixão é eterna, se o se esconder revela
nem todo gesto de amor redime o gostar amante
nem todo ciúme é o pior dos crimes que o amor condena
as pragas que a qualquer par, infectam sem dó nem nada
são filhas do desamar, ou do amar sem fé nem gosto
são netas do adoecer, bisnetas do amar com pena
tataranetas da dor: descendentes desbocadas
retorcendo-se no inferno rubro de suas bocas
que encontrando-se uma à outra, movem-se tão cismadas
pois se uma boca à outra o amor trata-as qual loucas
é que a dor foi flagrada: o resto é fim, o agora é nada.

.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

vela por nós




quando a chama quente (porém) débil
da vela acesa treme e ilumina
é ocê me ensinando a vera vida
cê ensolarando-me a ver a vida
é ocê me mostrando o tao da lida
cê me queimando o curto pavio
e o faço é o mesmo que eu não fazia
e o faro é mesmo o que eu não faria
que a fase é boa prum transformismo
que a vida é boa em toda afasia
que a vinda é boa de ocê em si mesma
sua vela acesa encima à minha mesa

.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

baby and the bathwater


todo o amar com um tal ardor
tem um arder que é consequente:
...
essa dor tem um tal tamanho
por mais contente em se tê-la
mais que se tente contê-la
em tentar por mar deixá-la
em tentar por enterrá-la
em voar pra longe dela
em de resto rastejar
a dor tem um tal tamanho
o tamanho é tanto nela
que maior que o amor é ela
que por mais que a corte o dente
que a mordê-la o mais se tente
que por mais em nós tentarmos
por mais tentar apertar-nos
a própria mordida sente
a própria medida é a dor   
a tamanha dor é a gente
...
cuspo no prato que como
saliviando essa dor
com o gosto que sai de mim
desço o eu todo junto à água
sobra um eu de nada no fim
...

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Haicai (do Conde Arthur)

No branco da paz,
giram, turbinadas
as emoções de toda as cores

Mini-hai-cai lógico-matemático

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