sexta-feira, 27 de julho de 2012

Adamastor


Ah, Adamastor, cê num é um coadjuvante.
Quem dera cê isso fosse, Adamastor.
O coadjuvante ao menos é digno no que cumpre,
ao menos faz ele o papel ao lado
dos que vivem de fato a vida no placo.

Ah, Adamastor, cê é menos que um coadjuvante.
Cê é um substituto.
Nos buracos que os outros deixam,
reais personagens da trama,
por vezes, Adamastor,
você percorre os buracos,
Pra fazer as funções de fato.

Só há uma dignidade nocê, Adamastor,
de ser você substituto.
É que quando cê faz as vezes (as funções e os dizeres)
daqueles:
de marido, mãe, filhas, afilhados, amigos, dos dançarinos dos prazeres,
pelo menos cê cumpre a função
- às vezes -
que aqueles a quem cê substitui
não cumprem às vezes.

Eu te amo.
(Talvez não eu:
teu substituto anjo).

domingo, 15 de julho de 2012

Backing vocal



Hoje é o dia mais triste da minha vida
(shoo bi doo, da da)
E não há a tristeza presa no
(shoo bi doo, da da)
Hoje ser o dia mais triste da minha vida
(shoo bi doo, da da)
Pois na ordem da ordem das coisas
(shoo bi doo, da da)
Hoje ser o dia mais triste da minha vida
(shoo bi doo, da da)
Diz que todos os outros passados
(shoo bi doo, da da)
São os dias menos tristes da minha vida
(shoo bi doo, da da)
E que todos os outros por vir
(shoo bi doo, da da)
Serão dias menos tristes na minha vida
(shoo bi doo, da da)
E há o hoje com a certeza (a esperança)
(shoo bi doo, da da)
De que não há a tristeza (só a criança)
(shoo bi doo, da da)
E chorar todos os choros do mundo
No um só dia de hoje
Deschoram as tristeza que eram, e
Deschoram as tristezas que serão
(shoo bi doo, da da)

.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

paratabéns


(você é o um/ você nos diz/ você nos faz/ ficar feliz)
quanto índio
ó, quanta a língua
quando enquanto encontro
ela quem vem
revolver nossa terra
das matas exatas
que tratam de aguar
nossos olhos sem pés
vou vulva
tou turva
só és

(você é o um/ você nos diz/ você nos faz/ ficar mais feliz)
quanta filha
ó, quanta tortilla
ferve em forno o entorno
do retorno
de todos nós
às árvores
queimadas por nós
aos jatobás, às tatás, aos ipês
sou suas
tuas trovas
vou vocês

(você é o um/ você nos diz/ você nos faz/ ficar feliz)
quantas vidas
ó, quantas queridas
sondo o som do nosso sono
espichando nossos
amendoados olhinhos
amêndoas abertas debaixo
da copa larga
do nosso cacho
dos índios, das filhas, dos pírito santos,
parabéns

.

domingo, 1 de julho de 2012

Cesto centido


O sexto já é o cesto
O sexto campeonato
O cisto já é o hexa
Fodendo no decatlo

Segura a vara e salta longo
E dispara, para, para

Calma, amor da minha vida
Calma o disparo sem alma
Dispa-se e entende a agonia
Dez amparadas minh’ alma

Segura a alma e tira isso d’ele
Tira o ele da alma

Ama, amor da minha vida
Ama sem dar nem esperar
Entende que a alma é sem “ele”
Alma sem “ele” é amar


.

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Haicai (do Conde Arthur)

No branco da paz,
giram, turbinadas
as emoções de toda as cores

Mini-hai-cai lógico-matemático

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