domingo, 31 de julho de 2011

em que os olhos relatam um estranho 31 de julho



os olhos se abrem e vê-se à frente
na tela plana dois discos
bidimensionais de matéria negra
glóbulos pétreos de ônix
entre os cristais polarizados
do écran de fileiras de pixels
versus colunas de pixels
ambos dessincronizados
com os dispositivos biológicos
de distinção de objetos luminosos:
olhos, câmera, paixão.

dos dispositivos biológicos
de distinção de objetos luminosos
de comprimento e frequência baixos
de difração e interferência altas
em ondulatória onda plana
dando forma a cores, nome e desejos
secreta-se um fluido lubrificante
de água, sais, proteína e gordura
por sobre a conjuntiva bulbar
filme líquido, saudade pelicular:
choram os olhos de olhar a visão

a luz turva
efeito de cintilação
a hidrófila tela
da lágrima côncava
lava os claros olhos
pra longe dos olhos escuros

a luz bate e volta
é feita de água e de chão
só a reflexão é final:
trocam-se dois tapetes lúcidos por um tapete voador


.

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