domingo, 24 de julho de 2011

pausa



é inútil pedir pra dor se sentar em um lugar quieto
e quieta observar imóvel (ou ao menos com gestos poucos)
o desenrolar das batalhas internas
o adulto treme, e chora
e se enrosca em torno de si mesmo
e mal levanta a cabeça
ou só levanta a cabeça
onde possa a criança atirar fezes
em seu rosto doente
em seus olhos molhados

ao ver o espetáculo de torções d´alma
a dor não escuta ninguém
não escuta o adulto
não escuta a criança
a dor simplesmente se levanta
antes de qualquer despertar
nutre-se de sua vítima e mergulha
nadando vigorosamente máscula
entre uma ponta e outra do coração
exaurindo o amor e os amados

levantar-se e olhar de frente a dor
lutar e escutar de vez a própria voz
em meio ao barulho, o arrulho
ensurdecedor que a dor faz
limpa temporariamente
lava por preciosos segundos o peito
estado vívido que sem esperança
espera à espreita
lúcido em que a dor recomeça e
logo retoma o lugar que é pra sempre


.

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