terça-feira, 28 de junho de 2011

e joão e maria

e eu alucino
os peixes e salamandras-fogo
cruzam o céu
você alucina
e o mar afoga em sertão
mas como é permanente
o ar viscoso de mel
torce meu corpo
em redemoinho
que suga um a um os movimentos
a alucinação
e me atira pra perto das estrelas
de costas
nunca vamos saber
e vejo com olhos postos nos reversos cotovelos
edificios cúbicos e árvores fosforescentes
arrancados do solo
que estamos alucinados
e voando
que somos alucinados
mais rápido e mais alto que eu
e você chega ainda mais perto
do que já estava
quando pedaços soltos e transparentes
do seu corpo
brotavam de dentro de fios dos cabelos
o entardecer é azul, amarelo
e você encolhe até sumir e reaparece
refeita em mil
e há cheiros noturnos em vermelho, violeta e
cinza claro e verde
e os rostos das pessoas
têm listras brancas e pretas
e as listras brancas e as pretas
estão salpicadas
dos rostos das pessoas
e eu alucino
e tudo parece chamuscado
e você alucina
toda cor é ocre, todo animal é o seu oposto
e os gostos
das frutas e das almofadas
brincam de maus sentidos
mas como é permanente
a alucinação
tudo contrai e duplica a si mesmo
e tudo derrete e tudo aumenta
de peso e diminui de tamanho
nunca iremos saber
que é de amor
e tudo vira do avesso em flashes
negros em tons pastéis
que estamos ou somos alucinados
e tudo se torna nada em partes cônicas
de sons elétricos
e o nada torna ao todo num caleidoscópico
jogo sujo de espelhos
e eu alucino
e você alucina
mas como é permanente
a alucinação
nunca iremos saber
que é de amor
que estamos ou somos alucinados



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