sexta-feira, 23 de setembro de 2011

comer, escrever



dizem aí pelas linguas que comer é um ato social.
julgam sobver ou sobrever na etimologia do nome do ato,
o latinório que justifica a cisma:
cum edere, comer com, com comer, comer junto.
o participar de outros, ou de alguém mais,
no ato de enfiar coisas na boca.
bobagem!
abre-se a boca e engole-se algo. e é tudo. no mais das vezes.
claro, boas companhias melhoram o sabor da comida,
tal como as más engulham, agravam a má digestão.
e assim o ruim e o bom se anulam.
tal como comer sozinho é bom e ruim
e ao ponto de partida voltam em mãos dadas
tanto os prós como os contras da comida.

mas escrever, por outro lado,
é totalmente desprovido de solidão.
escrever é, de todo em todo, um afazer social.
não porque se escreve pra outros, ou pra alguém mais,
no ato de enfiar coisas na escrita.
bobagem!
se assim fosse, a agenda de telefone,
esse depositário da memória individual,
seria inútil e, por tão ensimesmada, desproposital
tanto os prós quanto os contras da escrita.

escrever (ou digitar, como é corrente nesses hojes de hoje)
é disposição no todo em todo social
pois é fundamental
amar pra escrever.
e dito isso, não preciso dizer mais nada.


.

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