domingo, 29 de maio de 2011

possos




chego-me eu à beira do poço. à beira do poço você se chega.
você tem saudade de debruçar-se. de debruçar-me eu tenho saudade.
debruço-me eu à beira. à beira você se debruça.
sente saudades de ver o fundo. de ver o fundo sinto saudades.
olho eu pra baixo, pro fundo. pra baixo, pro fundo, olha você.
a água lá embaixo reflete-nos.
você e eu.
tenho eu saudade de galgar o poço. de galgar o poço você tem saudade.
galgamos o poço de lados opostos.
sente saudades de descer. de descer sinto saudades.
convergindo poços, corpos e possos.
desço. desce.
pelas paredes opostas do posso.
olhamos para cima e dos meus olhos, dos olhos seus,
vê-se a luz em cima do poço, dos corpos.
desce. desço. mais e mais.
o posso é cheio e profundo
bate-me saudade de mergulhar. de mergulhar bate-lhe saudade.
mergulha você. eu mergulho.
eu e a água saudosos dos seus pés. dos meus pés você e a água saudosos.
mergulha primeiro seus pés. meus pés primeiro mergulho.
saudades minhas do resto de si. do resto de mim saudades suas.
mergulha em seguida você seu sexo, sua carne e sua alma.
mergulho em seguida eu meu sexo, minha carne e minha alma.
mergulhamos toda e todo.
no fundo do posso você e eu amantes profundamente.
banhados pela luz alta e irreversível do seu e o meu passados.


Nenhum comentário:

Marcadores

1969 25 de abril a linguagem dos animais a origem das espécies abbey road adolescente adriana leão áfrica alexandre pimentel ambiente américa do sul animais anos 70 antes arthur vianna artigo as filas de francolise ASA assange atlantico babalorixá bairros baixo beatles belo horizonte beto vianna bh biologia biologia da libertação blocos blocos caricatos brasil brinca belô caderno de filosofia e ciência caetano veloso canela carnaval cego cheiro chuva chuva em dois bairros ciência coffe shop cognição cometa itabirano competição conto convite copa 2010 cor cordel cosme e damião cplp cuba darcy ribeiro darwin darwin 200 descobri desmatamento diferenças culturais embora EP escolas de samba estudante EUA evolução expedicionario experiência extinção facebook feb felipe melo fio flor floresta força expedicionária brasileira G7 gêmeos george cardoso george harrison globo google livros greenpeace grito guerra hebdomadário hemisferio sul homo hugo chávez identidade III SCC ile ife india indio indonésia interculturalidade jabulani jesus john lennon john tooby jornalismo josé mauro da costa julian julian assange juventude kitkat la nación lançamento larissa leak leda cosmides lei de gerson libertação limpeza étnica lingua lingua portuguesa linguagem livro livros de graça na praça loucura i fé lua lusofonia madalena madonna manhã mario drumond mazza menina menino mineiro morcegos movimento estudantil mudo mulher música naranja mecanica neguinha de ogum nestlé nigéria nudcen o tempo ocidente óleo de palma opep orangotango origem 150 paises pan paraguai paul mccartney paulo speller paz pentelho petróleo pink floyd poema poesia pop portugal prometeu psicologia evolutiva quilombola racismo rainforest reina revolução dos cravos ringo starr rio de janeiro roma tropical rouco sabor são tomé sebastião da costa veloso secundaristas seminário sinestesia soberbia brasileña sobrevivência do mais apto som Spencer sportv sucesso reprodutivo surdo tá morelo tábata taiuô e kéindê tato terceiro mundo travessa ubes ucmg ufrj une unilab universidade afro-brasileira v va vagabunda vapt variação veja venerada venezuela viagem voltar vupt vuvuzela wikileaks zarzuela

Haicai (do Conde Arthur)

No branco da paz,
giram, turbinadas
as emoções de toda as cores

Mini-hai-cai lógico-matemático

ágora

e/ou

nunc