Ah,
Adamastor, cê num é um coadjuvante.
Quem
dera cê isso fosse, Adamastor.
O
coadjuvante ao menos é digno no que cumpre,
ao
menos faz ele o papel ao lado
dos
que vivem de fato a vida no placo.
Ah,
Adamastor, cê é menos que um coadjuvante.
Cê
é um substituto.
Nos
buracos que os outros deixam,
reais
personagens da trama,
por
vezes, Adamastor,
você
percorre os buracos,
Pra
fazer as funções de fato.
Só
há uma dignidade nocê, Adamastor,
de
ser você substituto.
É
que quando cê faz as vezes (as funções e os dizeres)
daqueles:
de
marido, mãe, filhas, afilhados, amigos, dos dançarinos dos prazeres,
pelo
menos cê cumpre a função
-
às vezes -
que
aqueles a quem cê substitui
não
cumprem às vezes.
Eu
te amo.
(Talvez
não eu:
teu
substituto anjo).
.
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