de cada pedacinho eu guardo o gosto
de toda sobra eu faço um prato velho
o amor oficial é arroz com ovo
que eu como sobre a mesa eu mesmo posto
silêncio é o que me traz o mês de agosto
me calo ao dedilhar o seu pentelho
viro a si as costas em meio ao povo
disfarço de mim mesmo o próprio rosto
guardando desse amor um só retrato
eu queimo a imagem nossa em desatino
pra nós a escuridão é mais exata
sabendo de antemão o meu destino
que se eu parar, eu sei, você me mata
se não, a gente vai parar no mato
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