O amor é mato. Cresce e vêm passarinhos arrancar a gramínia
do chão
A comer as sementes.
O amor é fato. As avezinhas espalham as cascas sementeiras pelo chão
À nossa volta.
O amor é uma mulher que conheci.
Uma mulher sementeira. Uma mulher de casca tenra e
flamejante.
Uma mulher pássaro. Voaora.
Uma mulher do fado. Da sina. De fato e de fibra.
Uma mulher gramínia, mulher de grão: grande, granada.
Asa-mulher. Que vuela. Que corre. Que nada.
Uma mulher passarinho. E ela bica, bica, bica
E a cada dela bicada arranca um pedaço
Do meu coração.
E espalhou-me pelo chão.
Uma mulher a criar-se e criou-se mato em mim.
E por eu não me espalhar dela
À minha volta,
Ela não volta
De mim.
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