me
custa crer que um pedaço de mim
(digamos
assim, meu lábio inferior)
tenha
enfim retornado à face trêmula
tenha
tornado a compor a mandíbula
rerrecobrindo
meus dentes da frente
rerrefazendo
minha cara de gente
acostumava-me
eu a olhar-me
no
espelho - que os dois olhos sempre os tive
dentes
sujos, amarelos, expostos
o
véu cachoeiro nos meus sempre olhos
pouco
escondia – da dor que eu então sentia
no
amarelo e sujo de cada dia
agora
é melhor desviar-me do espelho
os
olhos os tenho – tenho certeza
não
me falta mais faz, ver-me pra trás
meus
lábios os junto e selo a minha boca
e
calo o medo da face composta
refeitos
restos, respiro a resposta
.
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