Ando
nas ruas escuras e vejo
Nada
a não ser meu andar
Bafo
de pinga, de porre, de ontem
Nada
a não ser meu andar
Vejo
um cachorro num canto tremendo
Quando
mirei seu olhar?
Paro
que o passo que eu dou não é nada
Nada
me faz prosseguir
Treme
o cachorro num canto de esquina
Magro
e sarnento e chinfrim
Pouso
meus olhos na triste figura
Vejo
e ele olha pra mim
Late
essa vida, late a conversa
Late,
cachorro, pra mim
Mas
não há nada, que me interessa
Nem
um ruído ruim
Só
o silêncio, de um cachorro
Triste,
olhando pra mim
E
eu dou-lhe as costas, que outro cachorro
Fraco
já vive em mim
Outro
cachorro
Magro
e sarnento
Já
vive dentro de mim
.
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