segunda-feira, 31 de outubro de 2011

latissimi dorsi

teu tecido me enternece
teus tecidos me entristecem
contrátil fêmea, alça gêmea
que empunhamos pelas fibras
e alçamos vôo a um só lado

a extensão fibrosa dói
o impulso enerva e flui
elétrico estimulado
cálcio potencializado
despeja ao mundo o potássio

em cada moto perpétuo
de cada nervo eu me via
se até Pilatos cegava
distenso e atrofiado
quanto a tua fibra me audia?

deslizando a tua actina
por sobre a minha miosina
movimenta um par de ossos
que de ofício têm ser nossos
embutidos esqueletos

encurta-me a espera tua
alonga-me o ser contigo
cada teu nervo motor
modela-me à compostura
de amar mover-me-te amigo

perdoa o meu ser ciúme
perdoa o meu ter costume
perdoa a dor que tu sentes
e sentir-te eu deveria
soubesse eu biologia

perdôo a tua miologia
perdôo a tua tendência
tender-te a estriar-me assim
meu ácido lácio acalma
a língua: nervo comum.

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